terça-feira, 6 de outubro de 2009

Resumo do texto: o mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem

O texto começa com uma metáfora feita pelo padre jesuíta Antonio Vieira a respeito da diferenciação entre os cristãos-novos e os cristãos-velhos, entre a fé e a maleabilidade da crença dos povos europeus e dos nativos do Brasil, os “brasis”. Evangelizar os pagãos do velho mundo era uma tarefa árdua e dolorosa, mas o resultado deste trabalho ficava para sempre duro e rijo como o mármore. Catequizar os “brasis” era como trabalhar com a murta, um arbusto maleável, mas que por um descuido qualquer do jardineiro já cresciam galhos e folhas e assim era com os nativos que voltariam ao estado primitivo.

Os índios, os tupinambás, não resistiam a uma nova aprendizagem da religião do povo branco, os “karaibas”, mas buscavam no seu próprio universo religioso e cultural, referencias para traduzir todo este aprendizado, ou seja, eles se sentiam efetivamente cristãos, mas precisavam dar um sentido para esta nova fé. A preservação dos costumes originais pelos índios, a guarda da sua memória e tradições culturais, foi o principal responsável pelo insucesso parcial do projeto de evangelizar os gentios. Sob a justificativa de doutrinar as almas dos indígenas, perpretaram-se muitos abusos, inclusive com o seqüestro dos jovens guerreiros das tribos que eram levados aos centros doutrinários e depois devolvidos as aldeias para disseminarem a nova doutrina entre o seu povo. Mesmo depois de catequizados, os índios continuaram a praticar os rituais gentílicos, a inconstância dos índios obrigava os religiosos a promover uma constante reevangelização: a inconstância é uma constante na equação selvagem.

Um dos aspectos da cultura Tupinambá que mais trabalho deu aos missionários foi a religião da guerra, que para os índios era uma questão de honra. Podiam até deixar de lado o canibalismo, mas a vingança era um ponto inegociável. A imortalidade da alma era obtida pela vingança contra os seus inimigos, e até para quem morria, a morte era justificável e uma necessidade social: matem-me e os meus me vingarão, era o destino de todos. Pe. Vieira constatou que os índios “ainda depois de crer, são incrédulos”, pois possuíam ausências de sujeição que dificultavam a total conversão. Não tinham leis porque não tinham rei (um poder centralizador) e assim não tinham fé porque não tinham leis, se submetiam ao que diziam os profetas e padres exceto no que não queriam. Era uma ordem onde o devir e a relação prevalecia sobre o ser e a substancia. Crer ou não crer era uma questão respondida pelas vantagens materiais que os gentios pudessem obter, o que levou a uma imagem negativa do índio.

Matava-se o inimigo e a sua carne era devorada, menos pelo matador que acumulava mais nomes na sua historia de vida, em meio a uma festa regada de cauim (bebida fermentada a base de milho ou mandioca) onde os índios bebiam para não esquecer o motivo da vingança e já bêbados, esqueciam toda a fé cristã. O cauim era o elixir da inconstância e um sério aborrecimento para os missionários. Esse cerimonial de guerra, vingança, canibalismo era o que os missionários procuravam destruir. Para obterem o total controle dos índios, realizaram uma implacável guerra teológica-politica em que o canibalismo foi amplamente combatido principalmente entre os jovens e as mulheres. O abandono desta prática representou à perda de uma dimensão essencial a sociedade tupinambá: aprenderam que não é necessário comer literalmente os outros para continuar dependendo deles como fontes da própria substancia social e assim, foram domesticados pelos portugueses.

EU NÃO SÓ ESCREVO "BOBAGENS" COM TB FAÇO  RESUMO DE TEXTO DADO EM AULA. ESTE VALE 5 PONTOS MAIS AINDA NÃO SEI QTO TIREI...

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