Quase todo domingo vou visitar Tia Gaby e a cada vez é tão triste constatar a degradação causada por uma doença. Uma mulher que era forte, animada, incansável e agora jaz numa cama...dói muito o coração!
É mais uma pessoa-referencia na minha história de vida que está indo...minha mãe espiritual, minha 1a. formadora numa caminhada religiosa, uma amiga que sempre esteve ao meu lado rezando na minha gravidez, que acolheu meu filho e até hoje lembra dele pequenino na sua casa participando das reuniões, a pessoa que me visitou qdo operei do meu câncer, que enquanto teve forças e agia sózinha, me ligava e passava horas ao telefone me orientando e animando perante as dificuldades da vida.
Que saudades desta mulher firme e sempre pronta a ajudar os seus filhos espirituais...Ela ainda está lúcida e lembra de muitos fatos desta época, apesar de confundir os mais recentes e talvez seja isto que mais me dói...ver que o corpo nao tem forças mas a memória e o coração continuam vivos.
Hoje ela conversou sobre o tempo que foi muito rica, frequentava a alta sociedade parisiense e disse bem assim: Deus me tirou tudo e na hora eu completei e disse: menos a sua dignidade e a sua fé...E ela bateu palmas rindo e falando: é isso mesmo.
Como fiquei tocada com este nosso pequeno diálogo; para escutá-la tenho que me aproximar bem da sua boca pois sua voz já está bem baixinha, mas ainda é cheia de unção e sabedoria. Deus pode permitir que percamos muitas coisas: bens materiais, pessoas, situação financeira...mas só nós podemos perder a nossa dignidade e a nossa fé. As vezes as perdas são justamente para testar até que ponto nossa fé é firme e verdadeira...confiamos realmente que Deus só quer o nosso bem? Que de todo mal podemos tirar um bem? Acreditamos que não temos um Deus punitivo? Que coisas ruim muitas vezes acontecem com nosso próprio consentimento, porque procuramos ou permitimos as mesmas?
Hoje eu acredito plenamente que Deus é bom e é Amor...que muitas vezes sofri porque eu fui atrás do sofrimento, porque deixei valores corretos de lado para correr atrás das ilusões que são passageiras...que muitos sofrimentos tb são canais de purificação - as vezes não só para mim mas para alguém próximo - mas confesso que não foi nada fácil chegar até esta aceitação do sofrimento, como ainda não é...mas tento não sofrer com o desespero movido pela descrença, mas com a certeza de que vai passar, porque tudo passa mas o amor de Deus não cessa nunca...é ele que me fortalece nesta caminhada terrena.
Como podemos viver e acreditar num futuro promissor com estas guerras geradas pelo tráfico se não for na confiança de que Deus não gerou este clima na nossa cidade? Só através Dele podemos ter a esperança de que tudo passará, que voltaremos a viver com mais liberdade e sem medo da violência.
Minha doce tia Gaby, que o nosso bom Pai tenha compaixão de suas dores e que a sra. faça delas um caminho para chegar direto ao céu quando chegar a hora do seu encontro face a face com o criador. Eu sou muito grata a Deus por ter me dado este "anjo" como mãe espiritual...sua vida nesta terra fecundou muitos valores na minha vida e assim eu posso expressar aqui a minha ternura e o meu grande amor por você! Que Deus a abençoe!!!!!!!!!!!!!!!
domingo, 18 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Resumo do texto: o mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem
O texto começa com uma metáfora feita pelo padre jesuíta Antonio Vieira a respeito da diferenciação entre os cristãos-novos e os cristãos-velhos, entre a fé e a maleabilidade da crença dos povos europeus e dos nativos do Brasil, os “brasis”. Evangelizar os pagãos do velho mundo era uma tarefa árdua e dolorosa, mas o resultado deste trabalho ficava para sempre duro e rijo como o mármore. Catequizar os “brasis” era como trabalhar com a murta, um arbusto maleável, mas que por um descuido qualquer do jardineiro já cresciam galhos e folhas e assim era com os nativos que voltariam ao estado primitivo.
Os índios, os tupinambás, não resistiam a uma nova aprendizagem da religião do povo branco, os “karaibas”, mas buscavam no seu próprio universo religioso e cultural, referencias para traduzir todo este aprendizado, ou seja, eles se sentiam efetivamente cristãos, mas precisavam dar um sentido para esta nova fé. A preservação dos costumes originais pelos índios, a guarda da sua memória e tradições culturais, foi o principal responsável pelo insucesso parcial do projeto de evangelizar os gentios. Sob a justificativa de doutrinar as almas dos indígenas, perpretaram-se muitos abusos, inclusive com o seqüestro dos jovens guerreiros das tribos que eram levados aos centros doutrinários e depois devolvidos as aldeias para disseminarem a nova doutrina entre o seu povo. Mesmo depois de catequizados, os índios continuaram a praticar os rituais gentílicos, a inconstância dos índios obrigava os religiosos a promover uma constante reevangelização: a inconstância é uma constante na equação selvagem.
Um dos aspectos da cultura Tupinambá que mais trabalho deu aos missionários foi a religião da guerra, que para os índios era uma questão de honra. Podiam até deixar de lado o canibalismo, mas a vingança era um ponto inegociável. A imortalidade da alma era obtida pela vingança contra os seus inimigos, e até para quem morria, a morte era justificável e uma necessidade social: matem-me e os meus me vingarão, era o destino de todos. Pe. Vieira constatou que os índios “ainda depois de crer, são incrédulos”, pois possuíam ausências de sujeição que dificultavam a total conversão. Não tinham leis porque não tinham rei (um poder centralizador) e assim não tinham fé porque não tinham leis, se submetiam ao que diziam os profetas e padres exceto no que não queriam. Era uma ordem onde o devir e a relação prevalecia sobre o ser e a substancia. Crer ou não crer era uma questão respondida pelas vantagens materiais que os gentios pudessem obter, o que levou a uma imagem negativa do índio.
Matava-se o inimigo e a sua carne era devorada, menos pelo matador que acumulava mais nomes na sua historia de vida, em meio a uma festa regada de cauim (bebida fermentada a base de milho ou mandioca) onde os índios bebiam para não esquecer o motivo da vingança e já bêbados, esqueciam toda a fé cristã. O cauim era o elixir da inconstância e um sério aborrecimento para os missionários. Esse cerimonial de guerra, vingança, canibalismo era o que os missionários procuravam destruir. Para obterem o total controle dos índios, realizaram uma implacável guerra teológica-politica em que o canibalismo foi amplamente combatido principalmente entre os jovens e as mulheres. O abandono desta prática representou à perda de uma dimensão essencial a sociedade tupinambá: aprenderam que não é necessário comer literalmente os outros para continuar dependendo deles como fontes da própria substancia social e assim, foram domesticados pelos portugueses.
EU NÃO SÓ ESCREVO "BOBAGENS" COM TB FAÇO RESUMO DE TEXTO DADO EM AULA. ESTE VALE 5 PONTOS MAIS AINDA NÃO SEI QTO TIREI...
Os índios, os tupinambás, não resistiam a uma nova aprendizagem da religião do povo branco, os “karaibas”, mas buscavam no seu próprio universo religioso e cultural, referencias para traduzir todo este aprendizado, ou seja, eles se sentiam efetivamente cristãos, mas precisavam dar um sentido para esta nova fé. A preservação dos costumes originais pelos índios, a guarda da sua memória e tradições culturais, foi o principal responsável pelo insucesso parcial do projeto de evangelizar os gentios. Sob a justificativa de doutrinar as almas dos indígenas, perpretaram-se muitos abusos, inclusive com o seqüestro dos jovens guerreiros das tribos que eram levados aos centros doutrinários e depois devolvidos as aldeias para disseminarem a nova doutrina entre o seu povo. Mesmo depois de catequizados, os índios continuaram a praticar os rituais gentílicos, a inconstância dos índios obrigava os religiosos a promover uma constante reevangelização: a inconstância é uma constante na equação selvagem.
Um dos aspectos da cultura Tupinambá que mais trabalho deu aos missionários foi a religião da guerra, que para os índios era uma questão de honra. Podiam até deixar de lado o canibalismo, mas a vingança era um ponto inegociável. A imortalidade da alma era obtida pela vingança contra os seus inimigos, e até para quem morria, a morte era justificável e uma necessidade social: matem-me e os meus me vingarão, era o destino de todos. Pe. Vieira constatou que os índios “ainda depois de crer, são incrédulos”, pois possuíam ausências de sujeição que dificultavam a total conversão. Não tinham leis porque não tinham rei (um poder centralizador) e assim não tinham fé porque não tinham leis, se submetiam ao que diziam os profetas e padres exceto no que não queriam. Era uma ordem onde o devir e a relação prevalecia sobre o ser e a substancia. Crer ou não crer era uma questão respondida pelas vantagens materiais que os gentios pudessem obter, o que levou a uma imagem negativa do índio.
Matava-se o inimigo e a sua carne era devorada, menos pelo matador que acumulava mais nomes na sua historia de vida, em meio a uma festa regada de cauim (bebida fermentada a base de milho ou mandioca) onde os índios bebiam para não esquecer o motivo da vingança e já bêbados, esqueciam toda a fé cristã. O cauim era o elixir da inconstância e um sério aborrecimento para os missionários. Esse cerimonial de guerra, vingança, canibalismo era o que os missionários procuravam destruir. Para obterem o total controle dos índios, realizaram uma implacável guerra teológica-politica em que o canibalismo foi amplamente combatido principalmente entre os jovens e as mulheres. O abandono desta prática representou à perda de uma dimensão essencial a sociedade tupinambá: aprenderam que não é necessário comer literalmente os outros para continuar dependendo deles como fontes da própria substancia social e assim, foram domesticados pelos portugueses.
EU NÃO SÓ ESCREVO "BOBAGENS" COM TB FAÇO RESUMO DE TEXTO DADO EM AULA. ESTE VALE 5 PONTOS MAIS AINDA NÃO SEI QTO TIREI...
Postado por
Rose Bibliotecaria (quase), Produtora de Eventos e Produtora de Seguros
às
23:46
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sábado, 3 de outubro de 2009
"Verdade nua e crua"
Eu quase tive uma relação desta mas o outro não quis ir até o fim...Tive alguns relacionamentos e estou aqui, a espera de viver um grande amor. Eu acredito no amor. Eu acredito em relacionamento do tipo pra sempre e um pouco mais...A via que não é vivida no amor não é vida de verdade.
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